quinta-feira, 4 de julho de 2013

VIAGEM

Quando a noite
não pode ser
mais negra,
e o céu desaba
sobre a minha cabeça,
as estrelas são agulhas
querendo curar.

Quando os gatos
não podem ter
olhos tão grandes,
e me olham
do lado de fora.
Trepados no carro,
querendo pular.

É nessa hora
que a viagem
se faz amorfa
e esmaga o consciente.
Massa de modelar.

E a massa cinzenta
vira arco-íris,
o céu não é o limite,
a matéria
não ousa moldar.

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