quinta-feira, 28 de julho de 2011

FUGA

Se pudesse fugir,
fugia.
Nada mais lhe prendia
àquele lugar.

E, com ganas de ir,
sorria
ao ver que o destino
não lhe ia faltar.

Se pudesse sair,
saía
do espaço pequeno
da tela a espelhar.

Chegaria do lado
oposto.
Com gosto de alegria
tentaria ficar.


terça-feira, 19 de julho de 2011

DORES


Anestesiada,
já não sinto
dor.

Assim é fácil, Dr.,
acabar com todas
as dores do mundo.

Difícil é ir fundo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

SEM PALAVRAS


Não era amor banalizado
dos amantes mal amados,
nem amor superlativo
dos amores já vividos.

Mas era amor
por falta de outra palavra.

E, de perto, era mais
do que todo alfabeto.

Até diria ser pecado
limitá-lo dessa forma.

E evitaria o estrago
se as normas pudesse mudar:
inventaria palavras novas
ou as velhas tentaria apagar.