sábado, 31 de janeiro de 2009

CORRIDA


Eu corria, sim!
Precisava esvaziar.
A mente relaxar.

Não corria atrás de nada.
Nada buscava.
Faltava-me ar...

Nada me poderia alcançar.

Também já não tinha porque fugir.
Era escrava,
mas não me torturava estar ali.

Corria...
como a magia que me trouxe.
Como se decolar fosse!
Como se alguém me quisesse apanhar.

E quem foi que disse
que mesmo estando parado
se pode voar?!

Basta os olhos fechar?!

Corria como louca.
Era preciso esvaziar a mente.
Relaxar.

Mais que precisa,
era a brisa
e a companhia do mar.

Corria...
e tudo que envolvia
era a vontade
de voltar correndo
para novamente "llenar".

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

SEM-TIDOS


Respire um ar
que nao é seu,
e nunca será.

Ouça uma voz
que nao te fala
mas que também nao calará.

Veja a cor
de um amor perdido
que nunca desbotará.

Cante para ninar
o rebento solstício,
que breve despertará.

Sinta as texturas
que a terra te traz
e que um dia levará.

Encerre os sentidos
contidos no tempo
(que é só pensamento),
mas na memória ficará.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

ÁVIDA


Me acho em mim
pois perdida não me posso guiar.

Encontro em si
os sinais que me vêem ajustar.

Viajo em sonhos
que nao são meus,
para meu caminho alcançar.

Sou eterna,
e também aprecio
a morte que me vem renovar.

Sou a sorte,
que à noite diverte
e de dia parece secar.

Me encontro...
toda vez que perco
o labirinto que me faz suspirar.

sábado, 10 de janeiro de 2009

ROTINA


Todos os dias
desço.

Atravesso a rua
que me trava,
rompo as amarras
do mau tempo,
e encontro o dia
em menos de um quarteirão.

Todos os dias
ando.
Sem rumo
e sem rumores..
escuto música,
visito flores.

E paro
cada segundo
que acelera o coração.

Não sei se desejo
ou se desisto,
pois todos os dias
pressinto...
que dias mais claros virão.

Todos os dias
passados
são remotos e remontados,
vividos e velados
em caixas guardadas
e escondidas no porão.

Todos esses dias...
nunca
serão simples
repetição.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

RAíZES


Se olho e vejo
raízes,
algo em mim encontra
sustentação.

Antiga tradição,
esfinge...
que decifra
e dispensa discrição.

Eis aí quem me acolhe,
e morre.
Sem que eu deixe de ser
extensão.

É a estirpe..
que de mim explode,
e me implode.

Fim da busca
Solução!

Encontro de tino,
destino fluindo..
Saga de uma geração.

Raízes são firmes
e revelam...
partes do ser
que parecem não ter
explicação.

sábado, 3 de janeiro de 2009

APARÊNCIA


Não é o mar
azul-saudade
nem verde-verdade.
Tranparência.

É apenas relexo
do firmamento em tela,
ou da alga mais bela.
Aparência.

Aliás,
também não sou eu
doce artista
nem, muito menos,
rude cientista.
Transparência?!

Apenas medito
porque, assim, sei
te reflito.
Espelho e penitência,
nada mais que isso!
Aparência...

A verdade
(alegre ou triste)
é apenas algo
que não existe.

E nós,
de verdade,
a ela buscamos...
sem fim!

Espantalhos.

Enfim...
RESISTÊNCIA.