quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SEM EXPLICAÇÃO


Pequenos pedaços de verdade
que me fazem tão bem,
grande revelação.

Pequenos nunca serão.

Grande passo da vontade
sem qualquer explicação.
Sem censura, sem loucura.

Pedaços de superação.

Ternura no primeiro passo.
Pressentimento
que não chega ao fim.

Abraço o futuro
e me acho
a grande autora de mim
(desses versos ainda farei um jardim).

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

GENTE


No meio dessa gente
somos todos meio loucos.
Correndo sem ir em frente,
sonhando sem direção.

E, loucos, nos estranhamos,
nos amamos, odiamos...
com a fé de quem não sabe,
e prefere não ter
explicação.

No meio dessa gente
somos gente,
ainda que não saibamos.

E merecemos ser donos
de um pedaço de atenção.

Como gente,
somos iguais!

Mas decidir ir em frente
nos faz ser diferente
dessa gente tão fugaz.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O TÚNEL DE CHAN


Vai seguindo nesse túnel.
Escuro, sem sentir os pés.
Cansada, não consola a alma.
Sem calma, sem canção, sem fé.

Vai seguindo como louca,
tentando não olhar pra trás,
acreditando naqueles que dizem
que depois da escuridão há paz.

Vai seguindo.
Não pode ficar parada.
Já não quer voltar atrás.

Lá vem vindo
a luz que insiste em cegar.
Não aponta o fim do caminho
(desvio?!).
Sequer ilumina o lugar.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

TEATRO DE SOMBRA


O teatro da vida
é como o teatro
mágico chinês.

A estória, versão.
Os atores,
em suas dores,
não passam de projeção.

Toda nuance
revela o alcance
da imaginação.

Sombras do passado
aparecem
no tablado da mente
disfarçadas de percepção.

O simples prevalesce,
cresce como gigante,
expande e nos revela
fantoches
da Criação.

sábado, 4 de setembro de 2010

REPOSITÓRIO DE COISAS

Fiz do inconsciente
um depósito
de coisas
que não me querem largar.

Não têm vida essas coisas,
sequer existem
ou podem sonhar.

Mas, sombrias como a morte,
insistem em se manifestar.

Fiz do depósito
repositório
de todas as coisas
que quero guardar.

Não as quero em pensamento,
se é momento de ser "dona".
Mas, como quem perde o controle,
(por pura curiosidade)
deixo que venham.

É preciso espreitar
.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ASAS


Quero respirar
o ar da novidade
(da nova idade).

Quero suspirar!

E não haverá barreira
que não seja labirinto.
Sinto novas portas abrindo,
e já não quero me encontrar.

Posso ouvir, nessa toada,
que prescindo de asas.
Vagas, já não me tocam,
não mais quero escapar.