quarta-feira, 24 de julho de 2013

LUA

Lua cheia de Neruda
lotada de agonia
ilude todo um labirinto
de lobos enlouquecidos, a uivar.

Influencia ondas do corpo,
moda de bobos,
oferendas para Iemanjá.

Há de servir-se dos ardores lascivos
de outrora,
dos humores indevidos, das investidas vãs,
para escapar do peso
e, na gravidade, se equilibrar.

Lua cerrada
em seu ciclo entediante
gira no salão do espaço sideral.

Embala, por engano,
a noite dos amantes.

Não há baile mais vazio.
Sua dança não tem par.

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