domingo, 22 de maio de 2011

DITO


Acabou o silêncio
causado por ela.

Acabou o vento
mas os cacos ficaram
espalhados pelo chão.

Acabou o sim,
e também o não.

Maldição.

Maldizer ou bem,
mas dizer.

E se não disser
vamos ver...

Reflexos do silêncio
vivos no caixão.

Enterrados,
e não.

Acabou o silêncio
mas não acabou a canção.

Ainda há banda
(pigarreia),
há orquestra.

E sobram palavras
no fim deste refrão.

6 comentários:

Mariane Magno disse...

Que lindo Ju *-*
Sempre haverá uma continuação, nada termina pois o fim é apenas um novo começo e assim vivemos um dia seguinte do fim.

Beijos

Ricardo Dib disse...

Acabou... e fim!

Bruno Gomes disse...

E do fim... um novo começo
Pois nada... tem fim

Horrível! rsrs

=)

Chan. disse...

Silêncio...

Ju Marques disse...

O fim já foi começo
quando não era pra ser.

E já quis ser mesmo o fim,
disfarçado de malquerer.

Mas hoje é só silêncio
(palavra nas estrelinhas)
e nada mais importa!

Amanhã já não sabemos
como pode aparecer.

Pedro Camilo disse...

Isso me lembra Zeca Baleiro: "palavras e silêncios que jamais se encontrarão". Pensei também em Habermas, mas sem o efeito poético - corrosão dos neurônios poéticos pelo "efeito mestrado" - rs.

Que as palavras sobrem para uma construção dialógica - por que não?

Bjos!!!