quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

DUALIDADE


Quando é rude,
muito delicado é
o seu coração.

Quando grita que não
é sempre sim
em sua canção.

Toda prosa
é, antes, rosa.
Poesia em forma de botão.

Todo risco
é rabisco primeiro
da falta de razão.

É reserva
mas também se invade
em dias de visitação.

É vazio,
e repleto..
de dúvida e aceitação.

Muita coisa
nunca foi dita
quando calar
também não era a intenção.

Muita lágrima caída
em tempo de festa
e comemoração.

Coisas prometidas
que jamais
se cumprirão.

Paciência
em dias frios
Cólera
em fogo
de verão.

Se sorri,
em parte, renuncía
à tristeza da paixão.


É deus da certeza
de não ser-se
perfeição.

Um comentário:

.:Danilo Cruz disse...

Bravo!!!!
Linda! Sua melhor poesia!
Sentida, vivida e vívida!
Parece que escorreu dos mais recônditos escaninhos da alma, assim, sem esforço...
Maravilhosa! Excelente! Adorei!