quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
SUBMUNDO DOS SONHOS
Ele vem e me arrasta
pro submundo dos sonhos.
Casta!
Diminuta e vasta.
Depois não venha se espantar
se enlouqueço no final.
Corro
para em seu divã
me atirar
(cega)
Me terá que resgatar
no sem-mundo da razão.
Para o mundo real
me terá que retornar.
DUALIDADE
Quando é rude,
muito delicado é
o seu coração.
Quando grita que não
é sempre sim
em sua canção.
Toda prosa
é, antes, rosa.
Poesia em forma de botão.
Todo risco
é rabisco primeiro
da falta de razão.
É reserva
mas também se invade
em dias de visitação.
É vazio,
e repleto..
de dúvida e aceitação.
Muita coisa
nunca foi dita
quando calar
também não era a intenção.
Muita lágrima caída
em tempo de festa
e comemoração.
Coisas prometidas
que jamais
se cumprirão.
Paciência
em dias frios
Cólera
em fogo
de verão.
Se sorri,
em parte, renuncía
à tristeza da paixão.
É deus da certeza
de não ser-se
perfeição.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
TENHO FÉ EM JANEIRO
A luz que ilumina o mar
é a mesma luz que me cega,
no mesmo mar que me reflete.
E como castigo, nao mais me posso enxergar.
A luz me invade
e me arde,
qual chama que seduz e queima.
Teima de uma cisma
que é pureza em busca
de beleza e vida
(e nessa lida,
muito posso me machucar).
Fico de ah-mar ao próximo,
no próximo natal.
E.. quase um mês longe do mar,
será tempo de descansar.
Te parece um paradoxo?!
Não... nem pensar!
Me asseguro de não estar
em contato com esse mar.
Ademais, tenho fé em janeiro!
Sei que ele virá inteiro
para mim e para tantos.
Virá aberto,
repleto de fantasias
(novas noites, novos dias).
Maresia e avatar.
Será tempo de amar?!
Esperar janeiro já me alegra...
.. amo a estrada
que leva pro mar.
Mergulho de cabeça nessa onda
e aguardo.
É tempo de recomeçar!
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
ERA ARTE
Era argila
e me moldava
aos seus encantos
me entregava
Era arte
sem recalque
em suas mãos
pedra de toque
Era brisa
de degelo
e, com ternura,
me soprava
Com brandura
decalcava
a estrutura
do meu ser
Era parte
e como mártir
me entregava
por ser sua
Sua causa
meu lugar
doce ninho
te encontrar
Era tempo
de invento
e o intento
te alcançar
Se consigo
paraíso
doce som
do seu sorriso
Era estrago
e, sem embargo,
restaurava o coração
Arte pura
sem fissuras
esperança
e turbilhão
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
UM DIA ELA APRENDE
Não fale nada, mocinha!
Se pensas que sabes alguma coisa,
estás muito enganada...
Ah! mocinha!
Se soubesses calar com maestria
serias mais que palavras.
Sabedoria!
Mas não... es vazia,
vadia!
Sortilégio e heresia.
Devias aprender,
que voz e silêncio
são apenas vertentes opostas
do mesmo apontamento
(presas por um nó
que não nos permite
viver um lado só)
Aliás, isso já sabias!
Não, mocinha?
O que te faz insistir
em cometer o mesmo erro,
Se calar era o propósito
do seu ressurgir?!
Vou repetir, mocinha!
Mas agora será diferente...
Serás avesso a emergir
apenas dentro
de seu próprio pensamento.
Engulirás cada palavra
com voracidade,
para dialogar consigo mesma
com sabedoria!
Não queira da vida
fazer poesia, mocinha!
Sejas antes em seu Eu a alegoria
que gostarias que fosse
na sucessao das noites e dos dias.
(Aliás, somente apliques as palavras
em silêncio e poesia)
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
O TEMPO
Não se deve perder tempo
pensando que o tempo é pouco.
Pouco é o uso que se faz do tempo!
Aquele que o sabe aproveitar,
não perde tempo
pensando que sabe fazê-lo.
Não volta o momento
e, nem em pensamento,
quer adiantar.
É vida fluindo
(indo e vindo)
na ampola do estar!
Presente divino.
É o estar-se rindo
quando tocava chorar.
Entretanto...
só a análise do sem tempo
apresenta a lógica
que nos permite o tempo atravessar.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
ENTRELINHAS
As entrelinhhas
minhas
Podem não ser fruto
da minha intenção.
Fios esguios
da sua imaginação.
Não se corrompa!
Não as deixe manipular.
Seja guia
apenas das obras
de sua autoria.
E não me queira decifrar!
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
ANÁLISE SINTÉTICA
Já não quero mais pensar poesia,
a não ser que ELA me venha pensar!
Trasformarei o rito
em Sujeito Passivo do verbo rimar.
Assim,
se penso e são versos,
e se eles são conexos,
Vivo, então, a poesia.
Faço dela em mim: a vida.
Pronome Possesivo não cabe a ela aplicar.
E mais...
se não penso no verbo compor
e, ainda assim, a composição me invade,
dou à CULPA uma outra roupagem.
Procuro seu antônimo
(ainda anônimo)
para acrescentar à minha oração.
Objeto Direto da contumaz inspiração.
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