no afã de se livrar
da raiva que calou,
se espantou!
Um pedaço que saía
da boca ali aberta
(que de náusea lhe enchia)
era mágoa ainda presa.
E ao vê-la,
quase que nascendo,
teve certza:
era um parto às avessas.
E, mesmo sem analisar,
se vomitava ou engulia,
o pedaço resolveu puxar
(agora que à boca havia chagado
era impossível suportar).
Mas, como mágica sombria,
a mágoa que saía
tinha um nó que a ligava
a outra mágoa, de outro dia.
E o parto prosseguia...
Deste vômito mal acabado,
enorme corda se formava
e tanto mal lhe fazia
que quase se arrependia
de tê-lo provocado.
Era parto,
mas também era enfado.
Chegou a um ponto,
porém,
que a corda já lhe fazia bem.
Talvez por estar mais fora,
talvez por não estar tão sem.
Foi aí, então,
que a teve que cortar.
E um tanto ficou no chão,
e outro tanto voltou a entrar.
Era parto,
a apartar.
E, no fim,
se sentiu tão leve!
Subiu numa balança,
quase podia voar.