quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O TÚNEL DE CHAN


Vai seguindo nesse túnel.
Escuro, sem sentir os pés.
Cansada, não consola a alma.
Sem calma, sem canção, sem fé.

Vai seguindo como louca,
tentando não olhar pra trás,
acreditando naqueles que dizem
que depois da escuridão há paz.

Vai seguindo.
Não pode ficar parada.
Já não quer voltar atrás.

Lá vem vindo
a luz que insiste em cegar.
Não aponta o fim do caminho
(desvio?!).
Sequer ilumina o lugar.


18 comentários:

Chan. disse...

E todos nós, vez ou outra, andamos nesse túnel... de Chan e de tantos outros.

Por que ninguém se encontra?

Rodrigo Feitosa disse...

Eu sim! Amém!

Boa sorte pra você também.

Bjo

Chan. disse...

Me encontrar é fácil. Difícil é encontrar os outros...

Rob disse...

Será que o problema não é achar que o caminho é sempre em frente? Pra trás é difícil e questionável, mas sempre existem derivações para o lado, para a diagonal, e para outros caminhos que, se não formos tão rígidos de achar que existe apenas um caminho certo, podemos ver como opções.

Rodrigo Feitosa disse...

Chan, para mim, a idéia de "encontrar os outros" ficou meio obscura. Pode explicar?

Acrtedito que cada um pode se encontrar, e, no máximo, ajudar outra pessoa a se encontrar.

Abraço

Rodrigo Feitosa disse...

Rob, realmente é preciso abrir a cabeça para as variantes, as opções e se não houver... que criemos uma opção!

Sejamos agentes transformadores. Mudemos o caminho enquanto o caminho muda a gente.

Ju Marques disse...

É o túnel de todos nós... que simboliza tentativas e tormentos; acontecimentos e tentações.

Em alguns momentos clareza, e, em tantos outros, ilusões.

Mesmo na tentativa de se esquivar, desafio aquele que, en vida, não se identificar!

Rodrigo Feitosa disse...

O teu desafio está aceito
e te digo que já está concluído
mas não nego ter me identificado
Em momento obscuro e dolorido
do passado evocado

E hoje túnel não há,
apenas o sol
e um campo vasto, aberto e iluminado.

Bjos

Rob disse...

Eu prefiro não comentar mais a respeito. Estou mais para mineiro sobre destroços hehe. Ainda no trabalho de conclusão de curso imagino coisas que já deveria ter resolvido sobre minha adequação na profissão. Me identificar é um pedido simples e fácil de atender. Não quis demonstrar nenhum tipo de distanciamento do problema. Para Chan, um consolo. Qualquer hora dessas a gente se bate por aí.

Anônimo disse...

Segue então por esse tunel
Mesmo que cansada

Ora, não vê o metrô?
Vai e vem diariamente
Sem parar pra descansar
Numa linha sem fim
Nunca viu a luz do dia
E ainda assim

Não se perde dos seus trilhos
Não se cansa de trilhar

Ju Marques disse...

Se fosse um ser humano
haveria de se perder...
mesmo sobre os trilhos,
se cansaria de trilhar!

O túnel não pode ser eterno.
É preciso luz pra continuar!

Rodrigo Feitosa disse...

E mesmo que haja um trilho
por que deveria por ele trilhar?

Coitado do trem
que só vai e vem
não há mistério no seu caminhar

Caminhando pros lados
também se pode achar
um buraco, uma fresta,
uma saída de emergência
e por ela escapar.

Abandonando a escuridão
de volta para a luz
de olhos e coração aberto
é melhor pra enxergar.

Felipe Miranda disse...

Retiro então meu pensamento
Inanimado argumento
Mas com seu consentimento
Me permita um provocar
Segue então por este túnel
Não te percas dos teus trilhos
Não te cansas de trilhar
Quanto à luz no escuro túnel
Que mistério a decifrar!
Há somente escuridão?
Cegueira em pleno clarão?
Ou incipiência no brilhar?

Ricardo Dib disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricardo Dib disse...

Ju, sua poética está ficando cada vez mais burilada.

Beijos!

Chan. disse...

Adoooro essa poesia coletiva!

Rodrigo, deixa eu explicar. Ju colocou esse título pois se inspirou no texto do meu blog. Ela se identificou de alguma forma.

Daí comentei que esse túnel não é só meu, todos nós caminhamos eventualmente. Quando falei em se encontrar, não quis dar a idéia de encontrar a si próprio, e sim, esses outros que estão lá seguindo pelo menos túnel.

Perdoe minha linha de pensamento confusa, eu transito entre a metáfora e o literal. Se cada um tá lá andando no tal túnel, é natural eventualmente se esbarrar!

Abraço.

Rodrigo Feitosa disse...

ai! alguém pisou no meu pé!

eu imagino esse túnel como uma coisa pessoal e intransferível, uma jornada individual.

Mas é possível que os túneis se cruzem no meio do caminho.

Chan. disse...

Alguém liga a luz, aí, namoral!