sexta-feira, 6 de março de 2009

ESTRADA II


Amar a estrada
que leva pro mar.

Pelos caminhos da vida,
lida corrida,
simplesmente peregrinar.

Ser a imensidão que acolhe
e recolhe em todos os rios
o vazio a desaguar.

Mar que é vida a animar.
Rio que é, tão somente, desvio
e que é, ainda, descaminho
do que seria um não-caminhar.

Ser sozinho é não poder alcançar
a estrada que leva pro mar.
Ser sozinho é desviar.
O curso das águas mudar.

Mas estar sozinho é ouro.
Encontro marcado.
Tesouro que se chama
introspecção.
Estrada marcada
pela pegada-redenção.

O desaguar de águas
no mar sem fim...

Embocadura de ti em mim.

Saber nadar
é o primeiro passo
para, na estrada do mar,
jamais vir a se afogar.

E se é de mar
a estrada-coração.
A escola da vida.
é de estréia.
É pangéia
e não separação!
Foz de renovaçao.

Não é reta, nem clarão.
É, muitas vezes, disforme.
Quase sempre,
sugestão.

Não é de estrago
a estrada da Terra.
Não é de guerra.

Estrada

de terra.

E, ainda que pareça absurdo,
é mister
sobretudo,
saber suspirar.

Amar a estrada
que leva pro mar.

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