Se fosse um poço
fundo,
e ainda que não tivesse fim,
me atiraria mesmo assim.
Pois há vertigem
em cada mirada
e o medo revela
a vontade de saltar.
Se fosse noite
alta,
e ainda que me encerrasse em mim,
não desejaria que tivesse fim.
Pois as luzes
me ascendem
a uma outra morada
e a escuridão mais parece
contraste a revelar.
Se fosse
e deixasse de ser.
E se os "ses"
me permitissem
realmente viver.
Aí, enfim,
já não sei como seria.
3 comentários:
"Vertigem não é o medo de cair, é outra coisa. É a voz do vazio debaixo de nós, que nos atrae e nos envolve, é o desejo da queda do qual nos defendemos aterrorizados."
A Insustentável Leveza do Ser
(Milan Kundera)
É a vontade de pular.
Ju, quando li esse poema lembrei exatamente desse livro. É uma leitura fantástica!
Como eu já senti essa vertigem...
Bjs.
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