domingo, 28 de agosto de 2011

O TÚNEL


O túnel era alheio
mas me invadia mesmo assim,
pois mesmo quando morte, vazio
e solidão
tinha algo que indicava
identificação.

Porque a loucura é infinita
e em cada um de nós agita
a parte que reconhece
ausência de razão.

Era limitado o túnel,
mas não mostrava seu fim.

Pois o limite transcendia
toda forma de entendimento,
e surtava quem insistia
que alguma forma de insanidade
podia ser ruim.

5 comentários:

Rodrigo Feitosa disse...

"e, em cada um de nós agita,
a parte que reconhece
ausência de razão."


sem palavras.

Ju Marques disse...

Rodrigo, essa poesia é inspirada em um livro que se chama "O Túnel" (de Ernesto Sabato), que fala da loucura causada pela solidão, ou da solidão advinda da loucura... ainda não me decidi. Mas a loucura me tocou, de uma forma especial.

Super recomendo!

Bjo

Chan. disse...

Deve ser mesmo loucura andar no túnel dos outros. Mas não há ser ruim, não é verdade?!

Rodrigo Feitosa disse...

Parece meio clichê já que hj em dia todo mundo se acha louco e detesta ser mais um na multidão. E visto que "de perto ngm é normal" acho que mais uma vez cairei num "lugar comum". Mas enfim esse texto realmente me tocou.

Sempre me achei a mercê de minhas vontades e loucuras. Algumas paixões e outros desejos realmente me dominam. Assim como pode acontecer com a fúria.

Meus despautérios e impropérios são tão parte de mim quanto todo o resto.....
quem sabe o recheio,
quem sabe a cobertura do bolo, quem sabe a cereja
suculenta e vermelha,
como um farol da loucura.

haja reflexão.

Pedro Camilo disse...

... e no fim do túnel...
o fim?