quarta-feira, 18 de agosto de 2010
PORTA
Todas as portas
que nunca foram fechadas
me prendem
num labirinto sem fim.
Sempre foi assim,
e por toda a eternidade será.
A não ser que asas eu crie...
só assim poderei escapar!
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
TRATO
Proponho um trato,
um tratado,
de traslado
sem consumição.
É preciso
que aceite
toda cláusula
por mim imposta,
sem hesitação.
Proponho vindas,
e berlindas,
apenas de passagem,
sem ancoração.
É preciso que siga
navegando em seu barco,
vela em riste,
sem alteração.
Proponho,
e ordeno
que aceite!
Deleite,
sem vontande.
Contrato de adesão.
domingo, 8 de agosto de 2010
PAR DE ASES
Não sabiam que era um jogo,
pois mesmo nas despedidas
(entre idas e vindas)
eram um casal.
Par de ases.
Apostaram todas as fichas
na jogada ideal.
Mas a sorte que sorria
não havia de ser norte,
era cartada final.
Quando o fim da linha chegar
já não seremos um par.
Lançaremos mão das cartas,
jogo de azar.
Fomos iguais um dia,
tudo que a sorte nos podia dar.
E, ao findar essa partida,
já não seremos um par.
Fim do jogo,
fim da linha.
Nada que termina
nos ensina a ficar.
Quero a sorte,
sem ruína.
Quero a vida
a me jogar.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
DOR QUE PERSISTE
Tem medo de não te decifrar,
medo que não a decifre.
Medo de sentir dor,
medo que cometa um deslize.
Medo de esperar,
medo de um palpite.
Medo de perder o ar,
medo de ter apetite.
Pois todo medo que não teve
foi desejo que nunca passou.
Dor que ainda persiste.
LOUCA
Pode estar ficando louca
querendo beijar aquela boca.
E, de tão piegas,
censura a própria versão.
Pensa que não deveria pensar.
Não se deixa censurar.
Deve estar ficando louca!
E quer calar aquela boca
com o beijo que nunca soube dar.
Assinar:
Postagens (Atom)