sábado, 5 de outubro de 2013

HARPA

Se encantou pela donzela
bela e adormecida.
Sem sorriso
e também sem voz.

Pura foi a nudez
crua do desnudar-se.

E abrasava, chorando,
conservava-se são.

Com ares de ancião
aos cem pôde amar.
E amar-se!

Sem pressa
fez-se harpa,
e a vida,
escandalosamente,
começou a cantar.

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