No pulsar da vida
a cena se repetia
como se fosse possível
o tempo se atrapalhar.
Os dias idos não iam,
perdidos no passado,
o futuro se atrevia
a bater na porta
e não entrar.
Faltavam argumentos
para, enfim, justificar.
Mas o que é o tempo
se não fingimento
de lógica linear!?
Aprendamos com ele
a arte de adulterar.
sábado, 5 de outubro de 2013
HARPA
Se encantou pela donzela
bela e adormecida.
Sem sorriso
e também sem voz.
Pura foi a nudez
crua do desnudar-se.
E abrasava, chorando,
conservava-se são.
Com ares de ancião
aos cem pôde amar.
E amar-se!
Sem pressa
fez-se harpa,
e a vida,
escandalosamente,
começou a cantar.
bela e adormecida.
Sem sorriso
e também sem voz.
Pura foi a nudez
crua do desnudar-se.
E abrasava, chorando,
conservava-se são.
Com ares de ancião
aos cem pôde amar.
E amar-se!
Sem pressa
fez-se harpa,
e a vida,
escandalosamente,
começou a cantar.
TEMPOS NOVOS
Em tempos difíceis
decisões que nos permitem
dizer apenas sim,
como se as limitações
não fossem tão frágeis,
como se as lágrimas
não fossem ágeis
e o pretexto não fosse esperar.
Em tempos novos
diferentes doses
de paciência e compreensão,
diferentes nortes,
diferentes mortes
pra ressuscitar.
O próprio tempo
que não nos permite ultrapassar,
argumentos fúteis,
fugas que são até úteis:
doce desculpa pra superar.
Enfim, pra ser feliz
é preciso saber ir
mas, principalmente,
não pensar em voltar.
decisões que nos permitem
dizer apenas sim,
como se as limitações
não fossem tão frágeis,
como se as lágrimas
não fossem ágeis
e o pretexto não fosse esperar.
Em tempos novos
diferentes doses
de paciência e compreensão,
diferentes nortes,
diferentes mortes
pra ressuscitar.
O próprio tempo
que não nos permite ultrapassar,
argumentos fúteis,
fugas que são até úteis:
doce desculpa pra superar.
Enfim, pra ser feliz
é preciso saber ir
mas, principalmente,
não pensar em voltar.
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