Se fosse um poço
fundo,
e ainda que não tivesse fim,
me atiraria mesmo assim.
Pois há vertigem
em cada mirada
e o medo revela
a vontade de saltar.
Se fosse noite
alta,
e ainda que me encerrasse em mim,
não desejaria que tivesse fim.
Pois as luzes
me ascendem
a uma outra morada
e a escuridão mais parece
contraste a revelar.
Se fosse
e deixasse de ser.
E se os "ses"
me permitissem
realmente viver.
Aí, enfim,
já não sei como seria.