sábado, 15 de maio de 2010

O DIA EM QUE PAREI DE ESCREVER POESIA


A poesia é intensidade,

é vontade que não tem mais fim.

É toda verdade que nunca foi dita.
É amor,
mesmo quando não há amor em mim.

A poesia é lágrima
que a alma nunca chorou.
É sangue
que a ferida em chaga
nunca derramou.

É o sorriso que se coloca a gargalhar
quando o corpo, ainda saudoso,
se deixa renovar.

Ela tudo fantasia
e, ainda quando não há magia,
prorrompe em suspiros
de alegria ou de pesar.

Um dia percebi
que há tempos nela não pensava,
e versos não mais escrevia.

Mas não foi tempo sem poesia.

É que havia tanta verdade,
tanta intensidade
nesses dias,
que os momentos me escreviam
como versos,
e o silêncio era inexplicável poesia.

Aliás, só naquilo que nunca escrevi
há pura verdade,
sem fantasia.

6 comentários:

Ricardo Dib disse...

A poesia muitas vezes tem a capacidade de dizer o indizível.
Quando isso acontece, como se pode traduzir isso em letras?

Beijos!

Ramón Paz disse...

Magníficos versos. Sinceros y bellos, como el silencio. :-) Besos linda!

Bruno Gomes disse...

Também passo por esses momentos sem escrever nada, sem inspiração.
O mais curioso é que poesia eu geralmente escrevo quando estou triste.
O que não acontece com os outros tipos de texto, que aparecem assim que vivencio ou observo algo.

Mas as poesias em geral são os bons frutos das minhas lágrimas! (risos)

Beijokas!

Ju Marques disse...

É isso que eu sempre digo!

O bom da tristeza é a inspiração que ela traz... tinha que ter um lado bom, ne?!

Bjos

Chan. disse...

E eu sou oposto, só naquilo que escrevo há pura verdade, sem fantasia.
Minha vida é de mentira.

Ju Marques disse...

Se formos opostas como um espelho, pode ser que seja.
Mas eu não acredito.