quarta-feira, 1 de abril de 2009

ASAS


Não sabia se queria voar.
Por isso, ia e vinha,
ganhava e perdia.
Sem casulo se continha
numa luta sem lugar.

Era livre e não sentia,
sorria embora desejasse chorar.
Mascarava o que um dia foi mágua,
engulia sempre que devia vomitar.

Era presa
e era presa.
A si mesma não sabia libertar?

Em seus olhos não cabia
o que não era beleza.
Em seus braços
já nada podia descansar.

Não criou asas.
Asas não podia inventar.
Sendo Ícaro, sonhava.
Mas, qual Dédalo,
só lhe restou lamentar.

Não pôde falar...

Em seu verbo não havia certeza.
Certas asas não podia inventar.

2 comentários:

Chan. disse...

Fadada a ser lagarta,
sem asas,
acrisolada,
e sempre a se arrastar.

Anônimo disse...

"Quero ver você voando,
quero ouvir você cantando
Quero paz no coração"