Mesmo sem palavras,
falamos a mesma língua,
e, assim, somos dois!
Não precisamos,
nem queremos,
ser um só.
Agora assim,
finalmente,
o fim.
Porque meu começo
é avesso
aos sentimentos,
e não há tormento
que destroce mais
um coração.
É chegada a hora
de dizer adeus
aos deuses,
e (por que não?!)
andar um pouco
ao arrepio da razão.
A efemeridade reinava
plena
no cabedal de medos
daquela alma pagã.
Efemeridade temida
das coisas que passam,
das que habitam,
e das que não voltarão.
E enquanto ela reina,
o tempo-rei
reina não.